Como se constrói um discurso histórico usando iconografia para transmitir uma mensagem falsa? O quadro “Junot protegendo a cidade de Lisboa”, de Domingos Sequeira (1808), Museu Nacional Soares dos Reis, Porto, apresenta a França como a grande benfeitora de Portugal. Ou seja, Portugal após ser invadida pela França de Napoleão e dividida em 3 pedaços entre França e Espanha é representada como estando imensamente satisfeita com o processo da sua destruição.
A pintura representa uma cena alegórica em que o general Junot (que invadiu Portugal a mando de Napoleão) oferece proteção à cidade de Lisboa, personificada por uma jovem mulher, amparada pela Religião e pelo Génio da Nação, estando este grupo ladeado por um lado por Marte e Netuno, e por outro por Ceres e Minerva, sob uma ampla figura celestial de Águia (animal de Napoleão). Ao fundo, uma extensa planície povoada de tropas, o mar e o céu sombrio.
A alegoria foi encomendada por Junot que nele pretendia exaltar a ação protetora e benéfica da França sobre a cidade de Lisboa, capital do Império Português.
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